quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Avaliação dos Docentes: A Quem Interessa?


 Fonte: Diálogo

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 O Relatório de Competitividade Global 2009-2010 publicado pelo World Economic Forum situa o Brasil na 56ª posição entre 133 países, atrás da China, do Chile, da República Checa, da Tailândia, da África do Sul e da Índia. A Educação fundamental, um dos indicadores que compõem o índice, coloca o Brasil na 119ª posição.
A qualidade da Educação é estratégica em termos de crescimento econômico e é fundamento de melhoria da qualidade de vida e de justiça social. Entretanto, o relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE divulgado em 08/09/2009 aponta os dados a seguir:
Os países da OCDE – as 30 nações mais ricas do mundo – investem anualmente por aluno:
·                     US$ 6.517 (Ensino fundamental)
·                     US$ 7.966 (Ensino Médio)
·                     US$ 15.791 (Ensino Superior)

Enquanto, segundo dados do Ministério da Educação, os investimentos anuais por aluno no Brasil são:
·                     RS$ 1.221 (Ensino fundamental)
·                     RS$ 1.500 (Ensino Médio)
·                     RS$ 11.800 (Ensino Superior)
Em termos comparativos, o Brasil investe apenas 25% do que os países da OCDE. Considerando que:
·                     O retorno nos EUA por cidadão com formação completa (até o Ensino Superior) é o dobro do valor investido (US$ 52 mil);
·                     Nos países ricos, 7% dos jovens entre 15 e 19 anos estão fora da Escola e desempregados e no Brasil esse contingente atinge 14%;
·                     Os resultados do ENEM, o IDESP e o IGC apontam para a permanência do déficit educacional em nosso país – vide nossas publicações anteriores.
·                     A carga tributária sobre a rede privada de ensino ultrapassa 40%.
Qual o significado implícito das políticas públicas do ensino implementadas até agora?
Em convergência com a nossa visão explicitada em todas as nossas publicações anteriores, Heloísa Lück, doutora em Educação pela Universidade Columbia – EUA e diretora do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado de Curitiba, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, divulgada ontem, 14/09/2009, afirma: “Os sistemas de ensino têm despendido muito dinheiro em programas de capacitação definidos com base no que julgam ser importante [...] Mas nenhuma avaliação será significativa para a melhoria da qualidade da educação enquanto não houver também a avaliação da gestão do sistema.” 
Ao que acrescentamos: avaliações descontextualizadas de planejamento e gestão estratégica significam desperdício de recursos humanos, físicos e materiais promovendo a ampliação do nosso déficit educacional. Assim, algumas indagações permanecem: qual será o valor do investimento da avaliação dos professores da rede de ensino? A quem interessa? Quem vai ganhar com tal investimento?

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