Fonte: Diálogo
O
Relatório de Competitividade Global 2009-2010 publicado pelo World Economic
Forum situa o Brasil na 56ª posição entre 133 países, atrás da China, do Chile,
da República Checa, da Tailândia, da África do Sul e da Índia. A Educação
fundamental, um dos indicadores que compõem o índice, coloca o Brasil na 119ª
posição.
A
qualidade da Educação é estratégica em termos de crescimento econômico e é
fundamento de melhoria da qualidade de vida e de justiça social. Entretanto, o
relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE
divulgado em 08/09/2009 aponta os dados a seguir:
Os
países da OCDE – as 30 nações mais ricas do mundo – investem anualmente por
aluno:
·
US$ 6.517 (Ensino fundamental)
·
US$ 7.966 (Ensino Médio)
·
US$ 15.791 (Ensino Superior)
Enquanto,
segundo dados do Ministério da Educação, os investimentos anuais por aluno no
Brasil são:
·
RS$ 1.221 (Ensino fundamental)
·
RS$ 1.500 (Ensino Médio)
·
RS$ 11.800 (Ensino Superior)
Em termos comparativos, o Brasil investe apenas 25% do
que os países da OCDE. Considerando que:
·
O retorno nos EUA por cidadão com
formação completa (até o Ensino Superior) é o dobro do valor investido (US$ 52
mil);
·
Nos países ricos, 7% dos jovens
entre 15 e 19 anos estão fora da Escola e desempregados e no Brasil esse
contingente atinge 14%;
·
Os resultados do ENEM, o IDESP e o
IGC apontam para a permanência do déficit educacional em nosso país – vide
nossas publicações anteriores.
·
A carga tributária sobre a rede
privada de ensino ultrapassa 40%.
Qual o significado implícito das políticas públicas do
ensino implementadas até agora?
Em
convergência com a nossa visão explicitada em todas as nossas publicações
anteriores, Heloísa Lück, doutora em Educação pela Universidade Columbia – EUA
e diretora do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado de Curitiba, em
entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, divulgada ontem, 14/09/2009,
afirma: “Os sistemas de ensino
têm despendido muito dinheiro em programas de capacitação definidos com base no
que julgam ser importante [...] Mas nenhuma avaliação será significativa para a
melhoria da qualidade da educação enquanto não houver também a avaliação da gestão
do sistema.”
Ao
que acrescentamos: avaliações descontextualizadas de planejamento e gestão
estratégica significam desperdício de recursos humanos, físicos e materiais
promovendo a ampliação do nosso déficit educacional. Assim, algumas indagações
permanecem: qual será o valor do investimento da avaliação dos professores da
rede de ensino? A quem interessa? Quem vai ganhar com tal investimento?
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