Fonte
Estudar em um bom colégio de São Paulo pode até ajudar na hora de
conseguir um emprego e um bom salário, mas não é garantia de aprovação na
primeira opção de universidade dos alunos -a USP, para a maioria.
De
acordo com uma pesquisa encomendada por um grupo de 11 escolas tradicionais da
cidade ao Datafolha, com mensalidade média de R$ 1.600 no ensino médio, cerca
de 60% de ex-alunos dessas instituições queriam estudar na USP, mas nem 30%
estudaram lá.
Apesar
da vontade de se matricular em um curso da Universidade de São Paulo, foram nos
bancos de instituições como PUC, Mackenzie, Faap e Unip que esses alunos mais
acabaram se sentando.
Sylvia
Gouvêa, assessora estratégica da Eduqual, grupo que idealizou a pesquisa, e
diretora de uma das escolas participantes, esse fenômeno se explica,
principalmente, pela ascensão de boas faculdades particulares que se apresentam
também como boas opções.
"Não
é determinante para o sucesso profissional que os alunos estudem na USP",
diz Sylvia. Os dados corroboram a opinião da educadora.
Mesmo
de não tendo cursado a universidade dos sonhos, os egressos dessas escolas
estão hoje empregados e com salários relativamente bons (entre cinco e 20
salários mínimos para os formados no ensino médio entre nove e 25 anos).
A
taxa de desemprego, considerando as duas faixas com pessoas formadas há mais
tempo, não passa de 7%. A pesquisa dividiu os entrevistados em três faixas,
sendo a primeira composta por alunos que completaram o ensino médio entre cinco
e nove anos atrás; a segunda, entre dez e 15; a terceira, entre 16 e 25 anos
atrás.
A
pesquisa foi feita por telefone com 1.500 egressos das escolas Arbos,
Bandeirantes, CEB, Elvira Brandão, Gracinha (Nossa Senhora das Graças),
Lourenço Castanho, Oswald de Andrade, Rainha da Paz, Sion e Vera Cruz. Um
colégio participante pediu para que seu nome não fosse identificado.
Rede
profissional
Na
pesquisa, 89% de ex-alunos disseram manter algum tipo de contato com os colegas
de classe. Apesar de terem seguido caminhos bastante diversos, as amigas Yara
Gusmão, Isabel Falleiros, Julia Musa, Patrícia Moll, Luiza Proença e Luisa
Mascarenhas se encontram, no mínimo, a cada 15 dias. Elas se formaram em 2000 no
ensino médio do Gracinha.
Os
encontros dão um empurrãozinho também na vida profissional. Patrícia, por
exemplo, é uma jornalista que trabalha com gastronomia, enquanto Luiza Proença
é uma relações-públicas engajada com o terceiro setor. Juntas, conseguiram
fazer um projeto de aproveitamento de alimentos para a ONG onde Luiza
trabalha.
A
proximidade é ajudada pelo celular e pela internet. "Antes, queríamos que
todas estivessem juntas, o que acabava não dando certo", conta Yara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário