É
preciso escolher entre uma escola na qual seja fácil aos professores ensinar e
uma escola na qual seja fácil aos alunos aprender". ( Tolstoi )
As atitudes criativas levam o indivíduo não só a uma maior independência
interna e autoconfiança, estimulando-o a desenvolver suas aptidões como a
conhecer suas características individuais e os seus próprios limites.
Criatividade é a emergência de um produto relacional novo, resultante, por um
lado, da unicidade do indivíduo e, por outro, dos materiais dos eventos de
outros indivíduos e das circunstâncias de sua vida. (Rogers)
O comportamento criativo pertence à categoria dos comportamentos integrativos,
uma vez que o ser humano sente, pensa, age e cria como um todo e na sua trajetória
vital é sensível às mudanças ambientais, a fim de ajustar a própria mudança
pessoal. A dimensão criadora das suas atitudes leva-o não só a fazer novas
associações para integrar ideias e objetos, mas, também, a saber, manipulá-los
com o objetivo de ativar sua mente e descobrir novas potencialidades.
Criatividade
é a emergência de um produto relacional novo, resultante, por um lado, da
unicidade do indivíduo e, por outro, dos materiais dos eventos de outros
indivíduos e das circunstâncias de sua vida. (Rogers)
Muitas pesquisas foram realizadas, procurando uma definição, meios que permitam
avaliar as capacidades criativas e fatores condicionadores da produção
criativa.
Algumas definições são constituídas da seguinte forma:
o Criar
é expressar o que se tem dentro de si, devendo ser a concepção criativa, sempre
original e individual, uma vez que todo esforço autêntico de criação é
interior. (Matisse)
o Criatividade
é um processo que torna alguém sensível aos problemas, deficiências, hiatos ou
lacunas nos conhecimentos, e o leva a identificar dificuldades, procurar
soluções, fazer especulações ou formular hipóteses, testar e retestar essas
hipóteses, possivelmente modificando-as, e a comunicar os resultados.
(Torrance)
o Criatividade
pode ser considerada como uma forma de solucionar problemas, envolvendo saltos
intuitivos ou uma combinação de idéias de campos largamente separados de
conhecimentos. Isso nos levaria a completar, implicando na manipulação de
símbolos ou objetos externos para produzir novos eventos. (Cagné)
o Criatividade
é processo de se formar idéias ou hipóteses, de testar hipóteses e de comunicar
resultados, pressupondo que o produto criado seja algo novo. (Thurstone)
o Criatividade,
num sentido restrito, diz respeito às habilidades, que são características dos
indivíduos criadores, como fluência, flexibilidade, originalidade e pensamento
divergente, relacionando o processo aos fatores e variáveis isoladas e
avaliadas. (Guilford)
o A
criatividade é um processo de mudança, de desenvolvimento na organização da
vida subjetiva. (Ghiselin)
o Criatividade
é como a descoberta e a expressão de algo que é tanto uma novidade para o
indivíduo criador quanto uma realização por si mesma. (Margarete Mead)
o No
pensamento criador a pessoa pensa simultaneamente em mais de um plano de
experiência, ao passo que no pensamento comum segue caminhos usados por
anteriores associações. (Koestler)
O comportamento criativo pode ser estimulado por condições do meio ambiente,
sendo muito importantes as experiências educativas de estímulo à criatividade.
Por vezes, uma criança criadora atemoriza o professor que se vê pessoalmente
ameaçada pela originalidade do aluno e por não poder controlá-lo, ficando então
abafado seu talento.
É preciso favorecer a estimulação às potencialidades criadoras dos indivíduos
através do incentivo às ideias originais, do reforço ao pensamento divergente,
de abordagens não diretivas, da aprendizagem pela descoberta e do equilíbrio
progressivo do desenvolvimento mental.
Em uma
pesquisa realizada com crianças americanas de uma escola pública, foram
encontrados quatro grupos, classificados da seguinte forma:
O grupo que apresentou alta criatividade e inteligência mostrou-se seguro,
confiante nas suas habilidades e, em termos de relações sociais, desempenha
papel de liderança, é mais ativo, demonstra alto nível de atenção, concentração
e de interesse, contudo está pronto, quando surge um interesse maior, a
canalizar a atenção para esse ponto.
O grupo que apresentou maior criatividade e baixa inteligência é o que
apresenta maiores dificuldades de adaptação em classe, é inseguro, evita
relacionamento, é desconfiado, com atitudes frequentes de oposição, e tem
dificuldades de atenção e de concentração.
O grupo que obteve baixos índices tanto na criatividade como na inteligência,
apresenta atitude mais coerente e adaptada do que os outros grupos, pois é
menos inseguro, tem bom relacionamento e parece compensar as suas performances
escolares fracas através da afirmação na esfera social, o que não acontece com
o grupo anterior que se torna mais ressentido e retraído.
O grupo de alta inteligência e baixa criatividade demonstra confiança e
segurança pessoais, entretanto, em termos de padrões de companheirismo, por
exemplo, não procura a companhia dos demais, é hesitante ao expressar opiniões
pessoais, mas a atenção e concentração são altas, apresenta atitude de reserva
social grande e preocupação maior com o rendimento escolar do que com as
relações escolares.
Quanto ao índice de adaptação e de controle emocional se chegou as seguintes
conclusões: Os grupos de alta criatividade e inteligência têm mais controle e
liberdade, tanto relacionada a padrões de comportamento mais infantis ou mais
adultos. As crianças com alta criatividade e baixa inteligência estão em
conflito com elas mesmas e com o meio ambiente, sendo dominadas por sentimentos
de inadequação e insegurança.
O grupo de baixa criatividade e alta inteligência pode ser descrito como aquele
que adere tão somente ao desempenho escolar; o fracasso escolar é percebido
como catastrófico e, por isso, fará o possível para evitá-lo.
As crianças que revelaram baixa criatividade e baixa inteligência desenvolvem
uma série de manobras defensivas procurando, sobretudo, uma atividade intensa
social compensatória.
DESENVOLVIMENTO
Uma educação criativa deve favorecer a mobilização do potencial criativo em
todas as disciplinas e assuntos, dando valor ao pensamento produtivo, uma vez
que a criatividade estará presente em várias situações e diversidade de
assuntos.
O desenvolvimento da criatividade dependerá da mudança de atitudes, tanto por
parte dos professores como dos alunos; devemos considerar que a criatividade é
potencialidade que apresenta diferenças qualitativas.
Ensinar para a criatividade pressupõe inicialmente promover não só atividades
criadoras, mas, sobretudo, atitudes, excluindo-se o princípio simplista de que
o indivíduo é criador apenas por efeito da hereditariedade.
A escola deve continuar a transmitir conhecimento, não como um fim em si mesmo,
mas como meio de se atingir uma vida realizada. Aprender por incorporação, seja
combinando o retirado de uma experiência com o anterior ou fertilizando a vida
intelectual e emocional, favorece a comunicação entre professor e aluno, pois
aprenderam através dessa relação que muitas questões comportam várias respostas
e erros frequentes podem representar pontes para soluções corretas. Na verdade
muitas realizações nasceram de erros preliminares. O professor criativo
favorece a explosão da energia potencialmente criadora dos alunos e a sua
respectiva canalização. É preciso criar necessidades para o pensamento
criativo, prever os seus períodos de ativação e de incubação, propiciar fontes
geradoras de novas ideias, encorajar o pensar até o fim, desenvolver a crítica
construtiva e a aquisição do conhecimento em diversos campos. O indivíduo
criativo caracteriza-se pela persistência das suas motivações e pela
intensidade dos motivos que o levam a superar obstáculos e a vencer barreiras.
Fonte:
(Maria Helena Novaes -Psicologia da Criatividade, ed.Vozes)
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